outubro 24, 2009
pro vento levar
virar poeira
pra nao mais voltar
virar poeira
pra dor passar
lembranças carregar
o vento ajudar
a poeira baixar
precisa virar poeira
areia seca
sem esperança
sem vida
sem calor
sem ar
precisa virar poeira
é assim que a gente quer
poeira inquieta e sem rumo
sabe-se só que se quer longe
que não se quer
poeira
precisa virar poeira
outubro 19, 2009
Glee
Just a small town girl,
livin' in a lonely world
She took the midnight train goin' anywhere
Just a city boy, born and raised in South Detroit
He took the midnight
train goin' anywhere
A singer in a smoky room
The smell of wine and cheap perfume
For a smile they can share the night
It goes on and on and on and on
Strangers waiting, up and down the boulevard
Their shadows searching in the nights
Streetlights, people, living just to find emotion
Hiding, somewhere in the nights
Working hard to get my fill,
Everybody wants a thrill
Payin' anything to roll the dice
Just one more time
Some will win, some will lose
Some are born to sing the blues
And now the movie never ends
It goes on and on and on and on
Strangers waiting, up and down the boulevard
Their shadows searching in the night
Streetlights, people, living just to find emotion
Hiding, somewhere in the nights
Don't stop believin'
Hold on to that feelin'
Streetlight, people
Don't stop believin'
Hold on to that feelin'
Streetlight, peopleDon't stop
agosto 02, 2008
as vezes o ponei que eu sempre quis
de pequenino virou grande
de filhote a velhinho de bengala
da copa de noventa e quatro
ate quase as olimpiadas de pequim
potinhos feios esvaziou ate nao poder mais
aprendeu a sentar
a pedir
a chorar
a morder de leve sem nem machucar
parou
nao levantou
se foi.
aceito.
setembro 09, 2007
fevereiro 28, 2007
Medo é consequencia... e dessa vez de coisa boa!!!
Na verdade o medo é de que essa coisa boa acabe, que consiga fugir do plano da minha vida.
Sentimentos... nunca andam sozinhos, nunca te deixam sozinho!
Me desejam sorte... no jogo ou no amor, sei lá... mas eu prefiro medo dos beijos mais doces do mundo do que nao conseguir o coringa na mesa de cartas!
fevereiro 16, 2007
queria agradecer a essa pessoa que me "atingiu" e me fez reformular todo o blog e finalmente achar algo de que gostasse.
na verdade era uma procura pela minh propria identidade. precisava viver situações e conhecer pessoas pra que tudo isso acontecesse.
parei com o blog para colocar as coisas no lugar e em dia comigo mesma: foi muito feliz, sofri muito, andei muito, tive várias decepções, me diverti, escrevi uma peça, dirigi a peça, entrei e saí de relacionamentos.
acho que agor eu estou pronta para me assumir... sim, usei as palavras no genero certo: o surreal é uma mulher! atriz, diretora, escritura, universitária e sarcástica (característica mais explícita do que todas as outras)
comei o blog quanto tinha 16 anos. já tenho 21 e vejo que algumas angústias serãoserem as minhas angústias, assim como outras foram superadas.
mas uma coisa é certa: minhapersonagem favorita será sempre a Josyscleide... a primeira, o início de tudo! sempre lembrada e amada.
e claro, aaterna dúvidase eu realmente estou escrevendo a verdade ou inventando tudo e te fazendo ler até o final do post, esperando uma história emocionante e engraçada! ;)
Será que ainda tenho esse poder???
fevereiro 13, 2007
fevereiro 12, 2007
dezembro 15, 2006
novembro 23, 2006
janeiro 31, 2006
onde estãonotícias de todos quero saber
cada um fez sua vida de forma diferente
às vezes me pergunto
malditos hão inocentes
nossos sonhos realidade
todas as vertigens
crueldadessobre os nossos ombros
aprendemos a carregar
toda a vontade que faz vingar o bem que fez pra mim assim
assim me fez feliz assim
o amor sem fim
não esconde o medo
de ser completo e imperfeito
meus bons amigos
onde estão
notícias de todos quero saber
sobre os nossos ombros
aprendemos a carregar
toda a vontada que faz vingar o bem que fez pra mim assim
assim me fez feliz assim
o amor sem fim
não esconde o medo
de ser completo e imperfeito"
O que mais dizer?
"É tarde... já amo!"
janeiro 10, 2006
Acho que serenidade... maturação... renovação... espírito.. bem, qualquer porcaria, porque já to falando merda!!!
Na verdade, a vida mudou muito... e nós mudamos muito! A maioria dos textos tratavam de tristezas e decepções que não conseguíamos enfrentar! Bem, o tempo passou, e os golpes nos tornou fortes e corajosos, passamos a falar mais, a exigir mais, crescemos, para ser mais popular!!! Assim é o Delírio e também o Surreal!!!
Será que isso vai pra frente de novo?
fevereiro 10, 2005
janeiro 01, 2005
tudo para que eu possa
ser seu na vida
encontrar uma saida
me envolver
quando decidir faça-me um sinal
e eu estarei apto
para ser seu e pronto
faça de mim seu quintal,seu lazer
entre beijos divinais
uma mordida aqui, outra ali
cresce nos matagais
o meu querer por ti
perfumada flor-de-lã
sua aragem me apraz e seduz
cabelos, quantos pêlos
tantos ui, uis...
monumento colossal, deusa com véu
a tal, a que diz
como e porquê
merece ser a mais feliz
eva, irmã de neon
filha de barcelona e gaudi
tu tens asas pra voar
mas, eu te esperarei aqui
pra te mostrar o que é bom
e te contar como eu sou
te ensinar coisas da vida
ser seu guia ou o que for
sair pra dançar contigo
ser seu amigo, seu amor...
(Djavan)
julho 08, 2004
Aos 3 anos ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
Aos 8 anos ela olha pra si mesma e vê Cinderela.
Aos 15 anos ela olha pra si mesma, vê uma bruxa e diz: "mãe, eu não
posso ir pra escola desse jeito!"
Aos 20 anos ela olha pra si mesma e se vê: "muito gorda/muito magra,
muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas
decide que vai sair assim mesmo...
Aos 30 anos ela olha pra si mesma e se vê: "muito gorda/muito magra,
muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas
decide que agora não há tempo para consertar essas coisas. Então, sai
assim mesmo..
Aos 40 anos ela olha pra si mesma e se vê: "muito gorda/muito magra,
muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas
diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim...
Aos 50 anos ela olha pra si mesma e se vê: como é. Sai e vai para onde
ela bem entender...
Aos 60 anos ela olha pra si mesma e se lembra de todas pessoas que não
podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo...
Aos 70 anos ela olha pra si mesma e vê: sabedoria, risos,
habilidades... sai para o mundo e aproveita a vida...
Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar pra si mesma.
Simplesmente põe um chapéu violeta e vai se divertir com a vida..
Talvez devêssemos pôr o chapéu violeta mais cedo...
Você já comprou seu chapéu violeta? Corra
.... compre um e ..... use porque a vida não espera .....
abril 12, 2004
(Olavo Bilac)
1865 - 1918
Nua, mas para o amor
não cabe o pejo
Na minha a sua boca
eu comprimia.
E, em frêmitos
carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu
bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência
bruta do meu desejo
Fremente, a minha
boca obedecia,
E os seus seios,
tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar
em doce arpejo.
Em suspiros de
gozos infinitos
Disse-me ela, ainda
quase em grito:
– Mais abaixo, meu
bem! – num frenesi.
No seu ventre
pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu
bem! – disse ela, louca,
Moralistas,
perdoai! Obedeci...
abril 09, 2004
Esse layout foi feito a partir da vontade de se fazer algo que não se faz.
Complicado?
Não. É simplesmente real dentro das prespectivas surreais dos deírios humanos.
A vontade deve reger nossas atitudes. Seguir esse instinto nada mais é seguir os próprios pensamentos. Consiste em nada mais do que pura liberdade. Mas realmente é mais difícil se privar dos desejos profundos do que mostrá-los. Somos condicionados a uma série de regras infundadas e medos incompreensíveis, baseados em dogmas milenares...
Refletir sobre isso me dá sono...
Derruba uma floresta
Esmaga cem homens
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista.
O vosso bombardeio, General
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.
O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar.
Bertold Brecht
março 22, 2004
do lado esquerdo do peito
dentro do coração
Quem consegue sentir essa magia
transforma qualquer lugar em alegria
O sol caindo no Leblon
Não, não diga nada
deixa esse filme roda
deixa essa estrela brilha
Um belo dia vou te telefonar
pra te dizer que aquele sonho cresceu
A esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar
dezembro 15, 2003
dezembro 11, 2003
novembro 30, 2003
Ela era iressistível quando acordava. Tinha até um cheiro diferente, que desaparecia no resto do dia. Um cheiro morno, era isso. Com um inexplicável toque de baunilha. Mas ela acordava de mau humor. Quente, cheirosa, apetitosa e emburrada. Nem deixava ele beijá-la na boca. "Eu ainda não escovei os dentes!". E se ele tentasse beijar o seu umbigo (noz moscada, possivelmente canela), ela lhe dava um chute.
Não eram só os cheiros. Ela acordava fisicamente diferente. A cara maravilhosamente inchada, a boca entumescida, como a de certas meninas de Renoir. No resto do dia ia alongando-se, modiglianizando-se, mas de manhã era uma camponesa compacta, com fantásticas olheiras roxas. Ele não sabia explicar. Era uma mulher delgada, de pernas compridas, mas de manhã tinha as pernas grossas. E ou ele muito se enganava ou até a bunda ela perdia, de dia. A bunda. As nádegas redolentes. "Mmmmm... Ervas aromáticas. Um quê de sândalo..."
_Pá-ra.
De noite ela insistia e o emburrado era ele. Ela tomava banho, botava uma camisola transparente e deitava ao lado dele, toda certinha, penteado perfeito. Ele não podia dizer que gostava mesmo era quando ela acordava com a camisola toda torta, com uma alça enroscada nas pernas, nas doces pernocas matinais. Ele ficava lendo, ela ficava esperando. Tentava começar uma brincadeirinha, cutucando-o com o pé. Cantarolava no seu ouvido - "Ele já não gosta mais de mim, que pena, que pe-e-na..." Ele continuava lendo até que ela desistisse e dormisse. Ele não queria nada com aquela pessoa que virava as pestanas antes de ir para a cama. Queria era a camponesa da manhã. Sonhava com a sua camponesa irritada.
A tese dela era que, antes de escovar os dentes e tomar café, uma pessoa não é uma pessoa, é uma coisa. Pode evoluir para uma pessoa se fizer um esforço, mas é processo lento e difícil que requer concentração, e exclui qualquer forma de digressão, ainda mais sexual. Comparava o sono a um acidente ao qual a gente sobrevive, mas leva meio dia para se recuperar. E o desejo dele de possuí-la antes de escovar os dentes a uma tara indefensável, quase a uma forma de necrofilia. "Sai, sai!" E levantava-se, tentando encontrar as pontas da camisola, puxando uma alça do meio das pernas com fúria. Quando chegava à porta do banheiro, já era uma mulher comprida. E ele ficava cheirando o travesseiro ainda quente. Mmmm. Baunilha, decididamente baunilha.
Uma noite, ela disse:
_Eu acho que você tem outra. Acho que você está pensando nela nesse momento. Fingindo que lê e pensando nela. Diz que não!
Ele não disse que não. Estava pensando nela de manhã. A sua outra, a sua inatingível outra, a das pernocas, a da baunilha. Mas ela não precisava se preocupar, pensou. Nunca seria enganada. A outra não queria nada com ele.
_Apaga a luz, apaga.
Ele suspirou, fechou o livro, apagou a luz. Enquanto faziam amor, ele tentava imaginar que ela era a outra. Mas o cheiro de sabonete atrapalhava.
(VERÍSSIMO, Luiz Fernando; Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: 2000)
novembro 25, 2003
(Ana Carolina/ Adriana Calcanhoto/ Neusa Pinheiro)
Que bom se eu fosse uma diva
Daquelas Bem dadivosas
Que sai vida entre vida
Ficasse ali verso e prosa
Meu olhar beirando estrelas
A provocar sinfonias
Por todas as galerias
Imagens da minha história
E no instante preciso
Entre o mito e o míssil
Um rito um início
De passagem pro infinito
junho 13, 2003
Para começar, uma sexta-feira nunca será dia de az... má sorte, afinal é SEXTA, para muitos início do período de descanso ou dia é happy hour depois do trabalho. Como temer algo tão amigável.
Segundo: o treze é o número de sorte do Zagalo, que ganhou pencas de títulos na seleção brasileira de futebol. Aliás, a lancha (ma-ra-vi-lho-sa) dele tem como nome "13" e nunca afundou (dados da guarda costeira da Angra dos Reis).
Bem, juntando esses dois fatores que só indicam sorte, a sexta-feira + 13, pergunto: Você já ganhou na Sena ou no Bingo de um carro ou achou uma mala cheia de dólares na rua por ter supertição?
Então, cruze com muitos gatos pretos; passe, voe, corra por debaixo de muitas escadas; aponte para todas as estrelas do céu... talvez sua sorte mude, ou seu azar acabe.
maio 26, 2003
Felipe sofre com seus problemas de física, nem mais o Papagaio o interessa. Luccas, seu super amigo, abandonou-o devido a obsessão de Felipe pelos números, pelas contas, estava a ponto de enlouquecer, quando o Papagaio disse “Basta!”, e mandou Felipe decidir.
_Ou a física, ou Luccas, ou eu! Cansei de te dividir!
E Felipe decidiu se esconder debaixo da mesa, refletindo sobre sua vida que anda sem rumo.
Pai Lelê percebendo o tormento mental que Felipe sentia, decidiu ajuda-lo com suas palavras de luz e sabedoria, dizendo:
_Siga o seu coração, só ele tem as respostas para o seu tormento.
Desde então Felipe permaneceu em silêncio, em busca do seu EU interior e isso tudo com a ajuda constante e monitorada de Pai Lelê. Até que Felipe resolveu viajar:
_Quero sumir! Será mais fácil decidir minha vida longe daqui... longe do Luccas, do Papagaio... da persiana!
Viajou pra Amazônia e lá foi fazer um passeio de balsa.
Na balsa muitos papagaios apareciam, mas nenhum com a doce e singela presença do Papagaio. Finalmente Felipe descobriu o que estava no âmago do seu coração, a imagem do Papagaio não saia de sua cabeça, mas mesmo com saudades do Papagaio, o que ele sentia mais falta eram dos problemas de física. Resolveu voltar pro Alquimia decidido a tomar um rumo na vida.
Já possuído pela saudade obcecada dos seus amores: Papagaio e Física, Felipe voltando pro Alquimia teve uma idéia. Felipe resolveu ensinar física para o Papagaio e assim o casal compartilharia do prazer duplo proporcionado pela física. Porém, o Papagaio, desprovido de nossa encefálica suficiente para a compreensão da física, não consegue acompanhar o raciocínio de Felipe. Começam as brigas conjugais.
O Papagaio querendo que Felipe reconhecesse suas necessidades de um simples animal, cujo único prazer era agradar o seu companheiro, ouvindo todas as suas lamúrias, compartilhando de suas alegrias e o incentivando com palavras doces.
No entanto, Felipe não correspondia como deveria ao Papagaio, e num ataque súbito de desespero de carência e incompreensão por parte daquele que amava, resolveu suicidar-se. Foi quando aconteceu o pior: Felipe vendo seu amado em decadência resolve jogar-se antes do Papagaio.
_Se você for eu irei antes de ti! Não posso viver com sua ausência meu amor! – Felipe falou.
Então o Papagaio refletiu:
_Não! Não pode fazer isso e nem eu posso te privar de ser pai! Oh! Querido, estou grávido e pro isso estou tão conturbado! – disse o Papagaio em desespero.
Os dois se abraçaram fazendo promessas de amor.
Eis que surge, subitamente, Luccas. Os olhos injetados de raiva, ciúme e revolta, com uma faca nas mãos, degolou o Papagaio, esquartejou Felipe e após fritar o celebro dos dois e comer, tomou comprimidos e dormiu para todo o sempre.
maio 13, 2003
maio 12, 2003
maio 11, 2003
Certo dia fui buscar meu filho no colégio. O caminho, como sempre, apresentava a beleza das árvores, o frescor do vento, a agitação alegre das pessoas. Fui parada, empurrada. Num instante deseperado puxei munha bolsa... para ser sincera, só me lembro de poucos vultos. Não sabia, mas reagira a um assalto. Na minha reação, a ação do dedo que puxou o gatilho. Enquanto caia de dor só conseguia pensar no meu filho. Quem iria buscá-lo? Quem iria lhe dar o jantar? Quem iria dormir com ele? Cuidar dele? Quem iria criá-lo? Senti o impacto do chão, logo depois a poça de sangue que se formava ao meu redor. Morri, morri pois naquele dia morreu minha tranqüilidade, minha fé, esperança, minhas prespectivas, meus sonhos, que limitavam-se aos do meu filho. Já poderia morrer, já havia realizado meus poucos mas sinceros desejos. A força que me fez esperar a ambulância foi uma ceno do meu filho me dizendo: "Mamãe, quero serbombeiro quando crescer!". Meu medo é que ele não consigo crescer!
Éramos 5, ao todo. Eu, ele, a menina e os meninos. E o combinado foi: "dá um tapa e passa, a gente só tem esse!". E era assim, eu dava um tapa, queria dar amis, só que olhares de reprovação se dirigiam a mim. E aí era na pressão, mesmo. Tampando o nariz, pra que a onda fosse maior um pouco.
E eu senti que já não dava mais. Minha tosse aumentava. A ponta do meu dedo estava ardendo... e o som, lounge, e a fumaça, e as bebidas que antecederam a isso... uma certa confusão mental que eu não sabia distinguir. Era bom, ou ruim? Eu estou feliz? Que expectativa é essa?
Foi quando apareceu uma bala vermelha na minha mão. Não sei de onde veio. Foi pra minha boca. Depois, a boca dele quis a bala. Eu passei, como se estivesse passando o beck. Isso se repetiu mais vezes, só não sei dizer com quem a bala ficou. E nem o que eu fiz minutos depois.
Aqueles sofás eram grandes, e eu tava cansada, precisava dormir. Eu deitei no braço dele, e fiquei quietinha, ouvindo a música, a batida perfeita, o som entrava no meu ouvido e mexia com minhas percepções, era como se eu estivesse envolta numa energia que me deixava bem, só que mole, me cansava e eu só podia pensar num beijo ou num sonho. Eu precisava dormir. Eu precisava beijá-lo.
E eu virei pro lado e coloquei minha cabeça no pescoço dele, abraçada. Eu respirava, e puxava o ar lentamente, e ia alternando a respiração. Forte - lenta - profunda - mais lenta e assim ia contando o 1, o 2, o 3, o 4 e ia me sentindo respirar. Umas frases vinham na minha cabeça coordenadas com a respiração e o objetivo era fazê-lo ouvir a respiração, e deixá-lo arrepiado, e com vontade de me beijar. Só que ele já estava com essa vontade. Ele fazia carinho um pouco acima do meu peito, com suavidade e disfarce, e eu não podia deixá-lo parar ... segurei sua mão e acariciei, e depois deitei virada pra ele... eu afundava no sofá, mas na verdade queria me afundar nele.
Toquei seu peito, desci para a barriga, levantei sua blusa e repousei minha mão ali, em seu umbigo. Fiquei brincando ali, enquanto as palavras rodavam ao meu redor e a música continuava. Ele me confortou em seu ombro e beijou minha testa. Ele queria beijar a minha boca. Eu queria beijá-lo inteiro.
Senti um frio na barriga nesse momento,e minha respiração ficou mais rápida sem eu controlar. Tentei me aproximar mais do seu rosto. Não dava. Continuei curtindo o moneto, e acho que dormi ali. Não sei dizer, a recordação que eu tenho foi como se não tivesse acontecido, fosse apenas efeito do barato. Mas não foi.
O beijo não rolou.
fevereiro 25, 2003
Palavras são comprimidos, são analgésicos que anestesiam a minha dor, calam a voz da consciência e faz da incerteza um sussurrar suave e passageiro. Escreveria por toda a eternidade se essa fosse a cura dos meus males que me deprimem, mas só dizeres podem me salvar, me livrar dessa maldição da insegurança e do caos que há em mim. A solidãp corrompe cada orgão do meu corpo, me faz entrar em coma, viver no único mundo que pareço conhecer e detestar: o meu. Nada', além dos meus olhos, mostra a verdade do meu sorriso e alegria. Todo o meu disfarca se desfaz quando alguém consegue ler as minhas palavras, o meu olhar.
janeiro 29, 2003
Espero não ter que fugir de novo!!!
janeiro 18, 2003
janeiro 10, 2003
Não cheguei a conhecer o cara, mas o filho dele é gente boa, e a mulher também. Forte, guerreira, romântica, batalhadora. E estava sofrendo muito, muito. Talvez Deus quis acabar com essa dor. Ou tentar diminuí-la a longo prazo. Talvez quis fazer com que aquela mulher guardasse no coração apenas os momentos felizes com o marido, e esquecesse que um dia aquele câncer corroeu seus sorrisos e alegrias como um ácido corrói a pele. Às vezes Ele quis fazer com que aquele pai iluminasse seus filhos lá de cima. E os apoiasse, os guiasse, os ajudasse a chegar em um bom caminho para seguirem sua vidas com fé, esperança e garra.
Ele escreve certo por linhas tortas, e o momento de cada um chegará um dia.
Alguns sofrem muito e demonstram a dor. Outros apenas aceitam, e encaram de forma madura. Quem pode julgar quem sente mais? Será que lições serão aprendidas? Aquelas loucas noites, com bebida, cigarro e drogas continuarão a se repetir? Ou haverá um sentimento de culpa implícito ("Agora ele te vigia....")? Existem lições para se aprender? O que é certo? E onde está o errado?
Carpe Dien.
Onde está a literatura com seus poetas fugazes, receosos e apaixonados nesse momento? A sensibilidade de quem os entende pode ajudar a combater a dor da perda?
"Aproveite a vida. Ela passa rápido." "Gimme some pot, now!" "Kiela ô rizla." "Amar, e ser amado, pois é dando que se recebe... e é morrendo que se vive para a vida eterna."
Tá tudo embaralhado aqui dentro. Desenrolem o fio, por favor! Apertem o botão do elevador e vamos subir, para quando chegarmos no último andar, pularmos para sentir o vento e ver a vida passar rápido na nossa frente! Olhem aquela criança, seus olhos sangram de dor. Que dor? No peito, dói muito... dói muito, mas passa... tudo passa, o vento passa, o tempo passa...
Mas a onda não apaga o que a Carmem escreveu: "8,5, muito bom! Continue assim!". Continue assim você também, guerreira. Segura firme, moça, aguenta aí. Respire. Chore. Dance. Escreva. Sinta. Sinta. Sinta. Ele te ilumina agora, ele te guia na estrada. Você vai superar junto com seus três jasmins. Sinta, apenas.
Carpe dien, carpe dien, carpe dien..........
dezembro 19, 2002
dezembro 05, 2002
novembro 15, 2002
novembro 08, 2002
Já sei beijar de língua
Agora, só me resta sonhar
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
Agora, só me falta sair
Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
Já sei namorar
Já sei chutar a bola
Agora, só me falta ganhar
Não tenho juiz
Se você quer a vida em jogo
Eu quero é ser feliz
Não tenho paciência pra televisão
Eu não sou audiência para a solidão
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo me quer bem
Eu sou de ninguém
Eu sou de todo mundo
E todo mundo é meu também
Tô te querendo como ninguém
Tô te querendo como Deus quiser
Tô te querendo como eu te quero
Tô te querendo como se quer
novembro 05, 2002
Estive ouvindo Radiohead essa semana. Creep. Me identifico com essa música.
"I´m a creep
I´m a weirdo
What the hell I´m doing here
I don´t belong here"
Ser inconstante pode fazer com que eu não me sinta pertencendo a lugar nenhum, encaixando em porra nenhuma. Esse blog, por exemplo. Eu deliro. Eu não ajo. Eu não tento. Eu lamento. Lamúrias, lamúrias, lamúrias.
What the hell I´m talking about?
novembro 01, 2002
outubro 30, 2002
Querer nem sempre é poder, mas é o primeiro passo para se conseguir algo. No momento quero muito ser feliz, sei que não tenho esse poder, mas consigo. Não sei porque fui capaz, o que importa é que fui. Tenho tudo o que preciso e como se fosse uma poção mágica, misturo esse tudo que eu tenho. Ele toma forma, vai ficando maior e quando percebo, já se espalhou por todos os lugares onde vou. Compartilho a felicidade como uma bruxinha que encanta as pessoas. Não me importo se tiver que dá-la para alguém, pois sempre terei os ingredientes para fazer mais. Quero encantar a todos com a minha poção, mas querer não é poder, só poderei se você deixar!
outubro 26, 2002
outubro 25, 2002
E o The Strokes? Bandinha "que todo mundo ama menos eu"... Quer dizer, nada grave do tipo "meu deus, que merda!" mas só que, sei lá... não me arrepia a espinha. Tirando a música "In her prime", que circula por aí na net já que ainda não foi gravada em nenhum cd. O legal dessa banda é o sotaque. Dificil de entender, but you get acostummed to it e passa a pegar tudo fácil, fácil.
Outro dia sonhei que estava num barco, com uma amiga e um amigo, cantando "Last Night" numa sala de madeira, enquanto as pessoas do local onde eu estudo esperavam para serem assassinadas com o corpo amarrado em uma âncora no fundo do mar. Elas eram jogadas, e não conseguiam mais retornar. E enquanto isso, eu apenas cantava o batido "last night, she said, oh baby i feel so down...". Esse sonho até que foi gostoso (já que grande parte das pessoas afogadas mereciam)...
Being bad is sooooo good sometimes...
outubro 22, 2002
outubro 21, 2002
I wanna be so high
I wanna be high
Baby with you
Take my hand
Put in your eyes
Touch my hair
Then make me fly
Kiss me so sweet
Feel me inside
Think about me
Then make me high
Just like a pot
you make me smile
Just like the cocaine
Can´t you feel my dance?
Drinking slowly
Smoking so softly
Telling those sweet words
you want me to fly
I wanna be high
I wanna be so high
I really wanna be high
Just high with you baby
outubro 19, 2002
outubro 16, 2002
acho a solidão
desprezo prazeres
encaro minhas lágrimas
sem achar felicidade,
sem conseguir lavar a alma.
Procuro então por amor,
o aceito,
o admiro,
sou paciente, amo.
Acho carinho,
acho amizade,
já não procuro amigos.
Escrevo uma carta,
nela digo que sou feliz,
pois descobri, pois vi,
pois aceito ser e viver
do jeito que vivo.
Já não procuro, aceito,
me admiro,
com cada surpresa da vida.
outubro 08, 2002
outubro 03, 2002
sem saber que era só pra você
É, só tinha de ser com você
Havia ser pra você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquilo que o mundo não ve
O amor que chegou para dar
o que ninguém deu pra você
O amor que chegou para dar
o que ninguém deu...
É, você que é feito de azul
me deixa morar nesse azul
me deixa encontrar minha paz
Você que é bonito demais
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você
você sempre foi só de mim
Eu sempre fui só de você
você sempre foi...
setembro 25, 2002
setembro 24, 2002
setembro 23, 2002
setembro 22, 2002
setembro 20, 2002
setembro 18, 2002
Peco cada vez que traio
aquilo em que sempre acreditei
Cada vez que não assumo
que digo não, mas penso sim;
cada dia que transcrevo
as palavras que eu nunca escrevi,
mas queria ter escrito.
Peco contra mim
todo dia que queria sumir,
mas sorrio;
nas tardes de sol,
quando faço meus olhos brilharem
quando sorrio
pretendendo chorar...
setembro 11, 2002
agosto 16, 2002
julho 10, 2002
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor
Eu protegi teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor
Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
julho 02, 2002
Hoje fui abordado na rua por uma mulher chamada Josi. Bela mulher. Maltratada, com aparência suja, mas conseguia reparar-se em sua beleza.
Veio e perguntou-me se era escritor, se eu escrevia em um blog, se escrevia crônicas com nomes engraçados. Esse foi o início de uma longa conversa sobre meus textos, minhas idéias. Quando num ato de fúria, a mulher começou a bater-me sem dó muito menos piedade. Reparando que eu não entendia aquela reação violenta, ela gritou:
_Meu nome é Josiscleyde, seu louco! Qual o seu nome hein?! Quem é você?
Alguém tirou a mulher de lá. Não saí ferido, mas fiquei com marcas da bolsa da bela mulher.
Para quem não sabe, uso o nome Josiscleyde em meus testos... não porque o abomine ou o ache ridículo, mas é hilário.
Não respondi as perguntas da mulher, mesmo porque meu nome é SURREAL e sou um escritor de blog. Se vocês quiserem imaginar que sou um colunista fracassado e de nome estranho, tudo bem! Talvez eu possa ser a Josiscleyde... vocês nunca vão saber...
junho 24, 2002
Onde mora o perigo??
A miséria é triste na televisão, mas é tolerável. (Afinal, aperta-se um botão e muda-se imediatamente para um documentário sobre Hollywood ou os leões-marinhos da Patagônia.) A miséria nas esquinas distantes é triste, mas tolerável. (Afinal, basta não olhar para o lado.) Mas a miséria assim, debaixo dos nossos narizes é insuportável. Afinal, não dá para mudar de canal.
O pessoal do prédio ao lado (um desses modernos, com cerca eletrificada, câmeras, sabe?) formou uma associação. Mandaram uma circular para todos da região. Entre os objetivos, vagos e abstratos, que deveriam ser atingidos pelo grupo, havia um que me chamou a atenção: “reurbanização do viaduto”. Leia-se: expulsar esses miseráveis do nosso raio de visão e garantir que não voltem nunca mais.
Não sei como fizeram, mas da noite pro dia, os mendigos sumiram. Os comerciantes da região pagaram a reforma do local e, onde antes ficavam os mendigos, fizeram belos canteiros. Além dos canteiros, a comissão contratou um segurança, que fica de lá pra cá na rua, 24 horas. O bairro respirou mais aliviado. Até a semana passada...
Terça-feira, 9h da noite. Ouço gritos desesperados. Saio de casa, ao mesmo tempo em que quase todos os meus vizinhos. Os gritos vinham do prédio ao lado (o mesmo que criou a associação). “Chama a polícia! Ele ta matando ela! Socorro!”
A polícia chega e entra no prédio. A população de curiosos (eu lá no meio) espera no meio da rua. O criminoso sai acompanhado por três policiais. É branco, grisalho, veste calça social , camisa azul e gravata. As coisas começam a fazer sentido. A voz que gritava era da filha. O pai, encolhido no camburão, estava espancando a esposa. Segundo os vizinhos, não era a primeira vez. Mas essa noite devia estar com o humor abalado e tentou matar a mulher, sufocando-a.
Não sei que fim levou a história. Não tenho idéia se o covarde está agora num flat, na casa de um irmão ou se, enquanto escrevo esta crônica, dorme tranqüilamente ao lado de sua refém, perdão, esposa. Os mendigos foram expulsos e não sei se agora então vivos, mortos ou se, enquanto escrevo essa crônica, dormem em baixo de algum viaduto. Se dormem, dormem um sono pouco tranqüilo. estamos todos preocupados com a violência, eles também. Afinal, a qualquer hora podem chegar os capangas, uniformizados de seguranças particulares, e enxota-los daquele lãs improvisado.
e se na verdade, pensando que estamos nos protegendo, estivermos atacando? E se, na verdade, nós formos os perigosos? Quando o camburão, levando o belo pai de família, cruzou com os belos canteiros, essas idéias me vieram à cabeça. Alguma coisa está bem errada, né? Ou você acha que tá beleza?
(por Antonio Prata, revista Capricho, 23 de setembro de 2001)
junho 18, 2002
junho 12, 2002
Jony era um professor de Química muito curioso! Sempre lia aqueles bilhetinhos que os alunos passam durante a aula, mas isso não porque o incomodava, mas por não aguentar não saber o assunto da conversa. Certo dia, numa aula para o terceiro ano, ele pegou um bilhetinho no chão e o desdobrou com tanta rapidez que nem a velocidade da luz alcançaria (agilidade adquirida durante os 30 anos de magistério). Mal acreditava no que seus olhos estavam vendo:
"To comendo a mulher
do professor de química."
A raiva tomou conta de seu rosto e careca. Um grito ecoa pela sala:
_Quem escreveu isto?
O pagode que rolava ao fundo da sala parou, as pessoas da fila do canto que jogavam adedanha pararam cm os dedos esticados em meio a um circulo formado por elas... todos desolados com a reação do professor. Ele esperava uma resposta.
A diretora Magristela, rádio, TV, Discovery Channel, todos tentavam resolver o problema. Lágrimas rolavam pelo rosto rechonchudo de Jony. Um casamento de 32 anos acabado por causa de um daqueles alunos idiotas.
Jony tentava presumir quem era o "Ricardão". Amauro era sonolento demais, o professor sabia que sua mulher exigia muito. Denílson era viciado demais em futebol para pensar em outra coisa. Guilhermino era muito fraquinho, a esposa do professor gostava de homens massudos... não haviam qualidades suficientes em nenhum dos alunos para que fossem amantes da querida de Jony.
A pressão para que houvesse uma confissão foi tanta que Arquivo se levantou e disse:
_Não fui eu que escrevi isso não, mas já tracei do professor sim.
_O que? - disse Dingão Laden - mas eu também...
_Seus desgraçados - levantou-se Grinch - ela disse que eu era o único!
Uma enorma discussão começou entre os alunos e ninguém percebeu quando o professor passou pela porta... ou tentou, sua barriga e chifres impediam um pouco... mas o importante é que foi embora e nunca mais se ouviu falar dele.
junho 08, 2002
Carta ao senhor Deus
Nunca entendi essa parada de "Foi a vontade de Deus"(ou de Ahlá, se tiver mais na moda). Quer dizer que Você que escolhe tudo? Você que escolheu que o Belo nascesse pobre, virasse pagodeiro e depois traficante?... Poxa, como Você é mau com alguns... três desgraças numa única vida... Espero que eu não seja pobre, funkeira e prostituta na próxima reencarnação.
maio 27, 2002
Elas estão em todos os lugares, fato, e mesmo assim estão sempre na deles, tipo, nunca quiseram fazer nenhuma revoluçã ou algo do gênero - até porque elas sabem que têm o poder de dominar o mundo se quiserem. Imagine aquela paredona branca vindo pra cima de você e AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARGH!
Enfim.
Elas não se unem para fazer rebeliões (ao contrário das formigas, às vezes) mas tem todo motivo pra isso, afinal, ninguém se importa com elas, são tidas como insignificantes.
"- Estou falando para as paredes!" - é o que uma mãe normalmente diz quando é desobedecida pelo filho que não que ir pro banho.
Há, ainda, o problema culposo desse pedaçoes de concreto (ou gesso, sei lá). Exemplo:
"- As paredes têm ouvido!"- Diz alguém querendo guardar segredo sobre alguma coisa, como se as paredes fossem delatar alguém! Que injustiça...
Mas... porque será que falei isso mesmo?
maio 25, 2002
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais, e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
A cada um cabe a alegria e a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Devia ter complicado menos, trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe a alegria e a tristeza que vier
Titãs, Epitáfio
Poesia simples e objetiva, e é exatamente tudo o que eu quero evitar no momento: evitar me arrepender do que não, fiz, evitar pensar o que eu poderia ter feito, e o que minha vida poderia ter sido.
E mais!
Evitar epitáfios prolongados no meu túmulo, pra não fazer ninguém gastar dinheiro comigo depois que eu morrer gravando letras em metais - ou em pedras.
maio 22, 2002
Sabe quando você realiza que as coisas acabaram? E pensa que outras coisas novas virão, mas aí você se decepciona e vê que tudo não passou de fantasia?
É isso que eu sinto agora...
My friend once told me : Think. Think about everything that's happening in your life at this moment.'Thinking is good for your own care, your own health, is good for your life. Think about crazy things. It's really important for you.
Thank you for talking to me today, my friend.
maio 20, 2002
Boas idéias....iluminismo? Não lembro... Aliás, não lembro de muita coisa... não lembro da minha infância, não lembro do tombo no parque na tarde chuvosa. Não lembro do recreio na escola aos meus 7 anos, e não lembro como eram as aulas na minha alfabetização. Não lembro o gosto do beijo da pessoa que mais amei. Não lembro do beijo de quem ainda vou amar. Não lembro de conquistas na época do vestibular.
Não sei mais como é a faculdade, nem as tardes de chopp depois das aulas. Minha reação ao ganhar meu primeiro salário se perdeu no tempo junto com o abraço dos meus filhos que se foram... não sinto a textura das cordas do violão, não sinto o choro dos meus netos...
Posso ouvir a brisa que vem lá de fora... posso ouvir soluços e sentir vultos próximos. Lembrei-me de meu enterro.
Mas eu ainda não nasci.
maio 18, 2002
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre,e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encantemais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar me pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
maio 15, 2002
maio 13, 2002
De repente me vejo, como se eu fosse outra pessoa.
Me observo curiosa.
Estou feliz!
Sorrindo, dançando, cantando!
Pego uma flor caída no chão.
Choro.
Não consigo me manter em pé.
Estou sozinha.
Não gosto de estar sozinha.
Fica escuro.
Um ar gelado passa e leva a flor.
A neblina mágica passa e eu estou de volta ao meu lugar.
Sinto uma dor.
Procuro uma ferida.
Não acho.
A dor já é insuportável.
Me sinto mal.
Quero sumir daqui.
Estou sorrindo.
Sorrindo e com dor...
maio 12, 2002
Na verdade, não era eu. Mas era alguém que me lembrava eu mesmo. Fiquei pensando. Ora, esse alguém eu poderia ter sido.
Mas não fui.
E por que não?
Quando vivemos, involuntariamente a gente escolhe caminhos errados, os quais pensamos serem os melhores para nós mesmos.
Ah.... como somos leigos nos assuntos da vida...
E o mais sábio ancião se torna impotente diante da morte e mistérios mundanos.
Será que o caminho que pensamos ser errado, é realmente errado e o caminho que pensávamos ser certo é pior do que o que escolhemos? E se não escolhemos, apenas fomos levados a viver aquilo, sem que ninguém nos perguntasse o que queríamos de verdade?
Será que seria melhor ter comido sorvete de chocolate ao invés de escolher o sabor baunilha, ontem?
maio 11, 2002
Até porque não estarei sempre por aqui, afinal, sou sua imaginação. A diferença é que você não tem controle sobre mim, mas eu tenho total controle da hora que vou aparecer ou não.
Simples assim.
Coisas a dizer:
- Delirei tentando dar uma ajeitada no layout desse blog. Se fui bem sucedida, eu não sei. Mas pelo menos a foto que eu coloquei com o nome do blog - Delírios Surreais e seu respctivo tema do momento, não estão aparecendo por aqui. E aí, estão?
- Meu nome? Leiam abaixo, de vermelho. Ou chamem-me como quiserem.
- Reflexões, reflexões, reflexões... ou é você quem está delirando?
abril 22, 2002
'Não vale a pena viver discutindo sobre tudo; faz parte da condição humana errar de vez em quando.'
Diz o mestre:
Há pessoas que fazem absoluta questão de estarem certas nos menores detalhes. Nós mesmos, muitas vezes, não nos permitimos errar. Oque conseguimos com essa atitude é o pavor de seguir adiante. O medo de errar é a porta que nos tranca no castelo da mediocridade. Se conseguirmos vencer este medo, estamos dando um passo importante em direção à nossa liberdade."
(Coelho, Paulo - Maktub)