abril 12, 2004

Delírio


(Olavo Bilac)
1865 - 1918


Nua, mas para o amor
não cabe o pejo
Na minha a sua boca
eu comprimia.
E, em frêmitos
carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu
bem, quero o teu beijo!

Na inconsciência
bruta do meu desejo
Fremente, a minha
boca obedecia,
E os seus seios,
tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar
em doce arpejo.

Em suspiros de
gozos infinitos
Disse-me ela, ainda
quase em grito:
– Mais abaixo, meu
bem! – num frenesi.

No seu ventre
pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu
bem! – disse ela, louca,
Moralistas,
perdoai! Obedeci...

abril 09, 2004

O NOVO LAYOUT

Esse layout foi feito a partir da vontade de se fazer algo que não se faz.
Complicado?
Não. É simplesmente real dentro das prespectivas surreais dos deírios humanos.
A vontade deve reger nossas atitudes. Seguir esse instinto nada mais é seguir os próprios pensamentos. Consiste em nada mais do que pura liberdade. Mas realmente é mais difícil se privar dos desejos profundos do que mostrá-los. Somos condicionados a uma série de regras infundadas e medos incompreensíveis, baseados em dogmas milenares...
Refletir sobre isso me dá sono...
O Vosso tanque, General, é um carro forte
Derruba uma floresta
Esmaga cem homens
Mas tem um defeito
- Precisa de um motorista.

O vosso bombardeio, General
É poderoso:
Voa mais depressa que a tempestade
E transporta mais carga que um elefante
Mas tem um defeito
- Precisa de um piloto.

O homem, meu general, é muito útil:
Sabe voar, e sabe matar
Mas tem um defeito
- Sabe pensar.

Bertold Brecht