dezembro 15, 2003

Sentimentos

Ponto. Ponto. Ponto. .
. ponto ponto ... Ponto.
E ponto conto pra quem
pra quê o
Ponto ponte ponte pro
nada
ponto.
P. Ponto.
.
Ponto
sem o final
ponto
final?
Reticências

dezembro 11, 2003

É uma porra não ter tempo, to sem tempo até pra mim! Não posso estusdar, nem sair fazendo uns pegas por aí, nem ler PN! O Delírio me largo de vez, nem no icq me responsde mais! Que sabê?! To de saco cheio da vida! Quero mais que tudo se exploda mesmo! Vou por meu barquinho pra passear... sumir e nunca mais voltar, pro nada me encaminhar. E lá ver a vida passar, e quem sabe assim um dia eu consiga aprender a amar! A delirar junto com as ondas do mar... sonhar, sonhar, mergulhar e respirar a mais doce melodia de uma sereia... muita loucura, né?

novembro 30, 2003

Nádegas redolentes

Ela era iressistível quando acordava. Tinha até um cheiro diferente, que desaparecia no resto do dia. Um cheiro morno, era isso. Com um inexplicável toque de baunilha. Mas ela acordava de mau humor. Quente, cheirosa, apetitosa e emburrada. Nem deixava ele beijá-la na boca. "Eu ainda não escovei os dentes!". E se ele tentasse beijar o seu umbigo (noz moscada, possivelmente canela), ela lhe dava um chute.
Não eram só os cheiros. Ela acordava fisicamente diferente. A cara maravilhosamente inchada, a boca entumescida, como a de certas meninas de Renoir. No resto do dia ia alongando-se, modiglianizando-se, mas de manhã era uma camponesa compacta, com fantásticas olheiras roxas. Ele não sabia explicar. Era uma mulher delgada, de pernas compridas, mas de manhã tinha as pernas grossas. E ou ele muito se enganava ou até a bunda ela perdia, de dia. A bunda. As nádegas redolentes. "Mmmmm... Ervas aromáticas. Um quê de sândalo..."
_Pá-ra.
De noite ela insistia e o emburrado era ele. Ela tomava banho, botava uma camisola transparente e deitava ao lado dele, toda certinha, penteado perfeito. Ele não podia dizer que gostava mesmo era quando ela acordava com a camisola toda torta, com uma alça enroscada nas pernas, nas doces pernocas matinais. Ele ficava lendo, ela ficava esperando. Tentava começar uma brincadeirinha, cutucando-o com o pé. Cantarolava no seu ouvido - "Ele já não gosta mais de mim, que pena, que pe-e-na..." Ele continuava lendo até que ela desistisse e dormisse. Ele não queria nada com aquela pessoa que virava as pestanas antes de ir para a cama. Queria era a camponesa da manhã. Sonhava com a sua camponesa irritada.
A tese dela era que, antes de escovar os dentes e tomar café, uma pessoa não é uma pessoa, é uma coisa. Pode evoluir para uma pessoa se fizer um esforço, mas é processo lento e difícil que requer concentração, e exclui qualquer forma de digressão, ainda mais sexual. Comparava o sono a um acidente ao qual a gente sobrevive, mas leva meio dia para se recuperar. E o desejo dele de possuí-la antes de escovar os dentes a uma tara indefensável, quase a uma forma de necrofilia. "Sai, sai!" E levantava-se, tentando encontrar as pontas da camisola, puxando uma alça do meio das pernas com fúria. Quando chegava à porta do banheiro, já era uma mulher comprida. E ele ficava cheirando o travesseiro ainda quente. Mmmm. Baunilha, decididamente baunilha.
Uma noite, ela disse:
_Eu acho que você tem outra. Acho que você está pensando nela nesse momento. Fingindo que lê e pensando nela. Diz que não!
Ele não disse que não. Estava pensando nela de manhã. A sua outra, a sua inatingível outra, a das pernocas, a da baunilha. Mas ela não precisava se preocupar, pensou. Nunca seria enganada. A outra não queria nada com ele.
_Apaga a luz, apaga.
Ele suspirou, fechou o livro, apagou a luz. Enquanto faziam amor, ele tentava imaginar que ela era a outra. Mas o cheiro de sabonete atrapalhava.

(VERÍSSIMO, Luiz Fernando; Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: 2000)

novembro 25, 2003

Dadivosa
(Ana Carolina/ Adriana Calcanhoto/ Neusa Pinheiro)

Que bom se eu fosse uma diva
Daquelas Bem dadivosas
Que sai vida entre vida
Ficasse ali verso e prosa
Meu olhar beirando estrelas
A provocar sinfonias
Por todas as galerias
Imagens da minha história
E no instante preciso
Entre o mito e o míssil
Um rito um início
De passagem pro infinito
Coisas novas me dão tanta alegria... principalmente um template novo... um mundo roxo... posso até dizer um mundo gay, com toda conotação boa que isso pode trazer!

junho 13, 2003

Eh dificil falar da sexta-feira treze, mesmo porque é dificil desfazer uma imagem negativa de algo que é temido a séculos. Mas testaremos.
Para começar, uma sexta-feira nunca será dia de az... má sorte, afinal é SEXTA, para muitos início do período de descanso ou dia é happy hour depois do trabalho. Como temer algo tão amigável.
Segundo: o treze é o número de sorte do Zagalo, que ganhou pencas de títulos na seleção brasileira de futebol. Aliás, a lancha (ma-ra-vi-lho-sa) dele tem como nome "13" e nunca afundou (dados da guarda costeira da Angra dos Reis).
Bem, juntando esses dois fatores que só indicam sorte, a sexta-feira + 13, pergunto: Você já ganhou na Sena ou no Bingo de um carro ou achou uma mala cheia de dólares na rua por ter supertição?
Então, cruze com muitos gatos pretos; passe, voe, corra por debaixo de muitas escadas; aponte para todas as estrelas do céu... talvez sua sorte mude, ou seu azar acabe.

maio 26, 2003

Esse texto aí embaixo foi escrito na sala B do curso de pré-vestibular no Alquimia, em Niterói, Icaraí, pelo método "continue a história", muito utilizada em cursos de inglês e de teatro!
--- Infeliz dúvida amorosa ---


Felipe sofre com seus problemas de física, nem mais o Papagaio o interessa. Luccas, seu super amigo, abandonou-o devido a obsessão de Felipe pelos números, pelas contas, estava a ponto de enlouquecer, quando o Papagaio disse “Basta!”, e mandou Felipe decidir.


_Ou a física, ou Luccas, ou eu! Cansei de te dividir!


E Felipe decidiu se esconder debaixo da mesa, refletindo sobre sua vida que anda sem rumo.


Pai Lelê percebendo o tormento mental que Felipe sentia, decidiu ajuda-lo com suas palavras de luz e sabedoria, dizendo:


_Siga o seu coração, só ele tem as respostas para o seu tormento.


Desde então Felipe permaneceu em silêncio, em busca do seu EU interior e isso tudo com a ajuda constante e monitorada de Pai Lelê. Até que Felipe resolveu viajar:


_Quero sumir! Será mais fácil decidir minha vida longe daqui... longe do Luccas, do Papagaio... da persiana!


Viajou pra Amazônia e lá foi fazer um passeio de balsa.


Na balsa muitos papagaios apareciam, mas nenhum com a doce e singela presença do Papagaio. Finalmente Felipe descobriu o que estava no âmago do seu coração, a imagem do Papagaio não saia de sua cabeça, mas mesmo com saudades do Papagaio, o que ele sentia mais falta eram dos problemas de física. Resolveu voltar pro Alquimia decidido a tomar um rumo na vida.


Já possuído pela saudade obcecada dos seus amores: Papagaio e Física, Felipe voltando pro Alquimia teve uma idéia. Felipe resolveu ensinar física para o Papagaio e assim o casal compartilharia do prazer duplo proporcionado pela física. Porém, o Papagaio, desprovido de nossa encefálica suficiente para a compreensão da física, não consegue acompanhar o raciocínio de Felipe. Começam as brigas conjugais.


O Papagaio querendo que Felipe reconhecesse suas necessidades de um simples animal, cujo único prazer era agradar o seu companheiro, ouvindo todas as suas lamúrias, compartilhando de suas alegrias e o incentivando com palavras doces.


No entanto, Felipe não correspondia como deveria ao Papagaio, e num ataque súbito de desespero de carência e incompreensão por parte daquele que amava, resolveu suicidar-se. Foi quando aconteceu o pior: Felipe vendo seu amado em decadência resolve jogar-se antes do Papagaio.


_Se você for eu irei antes de ti! Não posso viver com sua ausência meu amor! – Felipe falou.


Então o Papagaio refletiu:


_Não! Não pode fazer isso e nem eu posso te privar de ser pai! Oh! Querido, estou grávido e pro isso estou tão conturbado! – disse o Papagaio em desespero.


Os dois se abraçaram fazendo promessas de amor.


Eis que surge, subitamente, Luccas. Os olhos injetados de raiva, ciúme e revolta, com uma faca nas mãos, degolou o Papagaio, esquartejou Felipe e após fritar o celebro dos dois e comer, tomou comprimidos e dormiu para todo o sempre.


maio 13, 2003

TEATRO É VIDA!!!
O elenco dessas peças é formado por alunos de Teatro da OFICINA SOCIAL DE TEATRO, do SESC Niterói! São dirigidas por professores experientes, formados na CAL. Qualquer dúvida só entrar em contato.


maio 12, 2003

pq q essa porra nao atualiza?

maio 11, 2003

Certo dia fui buscar meu filho no colégio. O caminho, como sempre, apresentava a beleza das árvores, o frescor do vento, a agitação alegre das pessoas. Fui parada, empurrada. Num instante deseperado puxei munha bolsa... para ser sincera, só me lembro de poucos vultos. Não sabia, mas reagira a um assalto. Na minha reação, a ação do dedo que puxou o gatilho. Enquanto caia de dor só conseguia pensar no meu filho. Quem iria buscá-lo? Quem iria lhe dar o jantar? Quem iria dormir com ele? Cuidar dele? Quem iria criá-lo? Senti o impacto do chão, logo depois a poça de sangue que se formava ao meu redor. Morri, morri pois naquele dia morreu minha tranqüilidade, minha fé, esperança, minhas prespectivas, meus sonhos, que limitavam-se aos do meu filho. Já poderia morrer, já havia realizado meus poucos mas sinceros desejos. A força que me fez esperar a ambulância foi uma ceno do meu filho me dizendo: "Mamãe, quero serbombeiro quando crescer!". Meu medo é que ele não consigo crescer!

O clima era de insegurança: a qualquer hora um segurança imenso de vermelho poderia chegar e acabar com o nosso barato. E nosso barato era único porque boa parte tinha ido pro chão do banheiro. Banheiro químico, sabe? Aqueles nojentos, que falam que é mais limpo, de cabine verde... furada total.
Éramos 5, ao todo. Eu, ele, a menina e os meninos. E o combinado foi: "dá um tapa e passa, a gente só tem esse!". E era assim, eu dava um tapa, queria dar amis, só que olhares de reprovação se dirigiam a mim. E aí era na pressão, mesmo. Tampando o nariz, pra que a onda fosse maior um pouco.
E eu senti que já não dava mais. Minha tosse aumentava. A ponta do meu dedo estava ardendo... e o som, lounge, e a fumaça, e as bebidas que antecederam a isso... uma certa confusão mental que eu não sabia distinguir. Era bom, ou ruim? Eu estou feliz? Que expectativa é essa?
Foi quando apareceu uma bala vermelha na minha mão. Não sei de onde veio. Foi pra minha boca. Depois, a boca dele quis a bala. Eu passei, como se estivesse passando o beck. Isso se repetiu mais vezes, só não sei dizer com quem a bala ficou. E nem o que eu fiz minutos depois.
Aqueles sofás eram grandes, e eu tava cansada, precisava dormir. Eu deitei no braço dele, e fiquei quietinha, ouvindo a música, a batida perfeita, o som entrava no meu ouvido e mexia com minhas percepções, era como se eu estivesse envolta numa energia que me deixava bem, só que mole, me cansava e eu só podia pensar num beijo ou num sonho. Eu precisava dormir. Eu precisava beijá-lo.
E eu virei pro lado e coloquei minha cabeça no pescoço dele, abraçada. Eu respirava, e puxava o ar lentamente, e ia alternando a respiração. Forte - lenta - profunda - mais lenta e assim ia contando o 1, o 2, o 3, o 4 e ia me sentindo respirar. Umas frases vinham na minha cabeça coordenadas com a respiração e o objetivo era fazê-lo ouvir a respiração, e deixá-lo arrepiado, e com vontade de me beijar. Só que ele já estava com essa vontade. Ele fazia carinho um pouco acima do meu peito, com suavidade e disfarce, e eu não podia deixá-lo parar ... segurei sua mão e acariciei, e depois deitei virada pra ele... eu afundava no sofá, mas na verdade queria me afundar nele.
Toquei seu peito, desci para a barriga, levantei sua blusa e repousei minha mão ali, em seu umbigo. Fiquei brincando ali, enquanto as palavras rodavam ao meu redor e a música continuava. Ele me confortou em seu ombro e beijou minha testa. Ele queria beijar a minha boca. Eu queria beijá-lo inteiro.
Senti um frio na barriga nesse momento,e minha respiração ficou mais rápida sem eu controlar. Tentei me aproximar mais do seu rosto. Não dava. Continuei curtindo o moneto, e acho que dormi ali. Não sei dizer, a recordação que eu tenho foi como se não tivesse acontecido, fosse apenas efeito do barato. Mas não foi.
O beijo não rolou.

fevereiro 25, 2003

Palavras são comprimidos, são analgésicos que anestesiam a minha dor, calam a voz da consciência e faz da incerteza um sussurrar suave e passageiro. Escreveria por toda a eternidade se essa fosse a cura dos meus males que me deprimem, mas só dizeres podem me salvar, me livrar dessa maldição da insegurança e do caos que há em mim. A solidãp corrompe cada orgão do meu corpo, me faz entrar em coma, viver no único mundo que pareço conhecer e detestar: o meu. Nada', além dos meus olhos, mostra a verdade do meu sorriso e alegria. Todo o meu disfarca se desfaz quando alguém consegue ler as minhas palavras, o meu olhar.

Agora é minha vez.... cadê o Delírio?

fevereiro 18, 2003

Ufaaaaaaa! Computador a mil por hora agora!!! É tudo que um blogueiro precisa!!

janeiro 29, 2003

Voltando das férias que eu mesma me dei! FÉRIAS de TUDO... o mundo real tinha ficado pra trás e só agora voltei para ele, é uma pena mas um dia eu teria que resolver meus problemas... como diz uma Diva que eu conheço: "Cabo Frio é meu mundo pararelo... o que faço aqui não tem nada haver com minha vida".

Espero não ter que fugir de novo!!!

janeiro 18, 2003

As coisas são muito engraçadas... você demora um tempão pra se abri, pra conseguir assumir um sentimento e quando consegue ele simplesmente é aniquilado pela outra pessoa! Não gostaria só de me calar e aceitar, mas se já é difícil assumir sentimentos bons, ditos de nobreza, imagina a dificuldade de dizer toda a raiva que sinto! Não gosto de me sentir assim, mesmo porque com a raiva vem a tristeza que se junta com a tristeza da perda! Sabe aquela música "Torn" ? Pois é, ela se encaixaria perfeitamente nesse momento. Só acho um exagero dizer estar "dilacerada", pois ainda posso lutar contra esses sentimentos negativos que me invadiram... é tudo uma questão de tempo... mas quem disse que eu tenho paciência... só gostaria que as pessoas fossem claras, chegassem e falassem o que sentem já que isso envolve também a minha vida e por onde devo encaminhá-la. Não estou fazendo cobranças absurdas ou pedindo o que não posso ter, só gostaria de hombridade...

janeiro 10, 2003

Caí na real, agora.

Não cheguei a conhecer o cara, mas o filho dele é gente boa, e a mulher também. Forte, guerreira, romântica, batalhadora. E estava sofrendo muito, muito. Talvez Deus quis acabar com essa dor. Ou tentar diminuí-la a longo prazo. Talvez quis fazer com que aquela mulher guardasse no coração apenas os momentos felizes com o marido, e esquecesse que um dia aquele câncer corroeu seus sorrisos e alegrias como um ácido corrói a pele. Às vezes Ele quis fazer com que aquele pai iluminasse seus filhos lá de cima. E os apoiasse, os guiasse, os ajudasse a chegar em um bom caminho para seguirem sua vidas com fé, esperança e garra.

Ele escreve certo por linhas tortas, e o momento de cada um chegará um dia.

Alguns sofrem muito e demonstram a dor. Outros apenas aceitam, e encaram de forma madura. Quem pode julgar quem sente mais? Será que lições serão aprendidas? Aquelas loucas noites, com bebida, cigarro e drogas continuarão a se repetir? Ou haverá um sentimento de culpa implícito ("Agora ele te vigia....")? Existem lições para se aprender? O que é certo? E onde está o errado?

Carpe Dien.

Onde está a literatura com seus poetas fugazes, receosos e apaixonados nesse momento? A sensibilidade de quem os entende pode ajudar a combater a dor da perda?

"Aproveite a vida. Ela passa rápido." "Gimme some pot, now!" "Kiela ô rizla." "Amar, e ser amado, pois é dando que se recebe... e é morrendo que se vive para a vida eterna."

Tá tudo embaralhado aqui dentro. Desenrolem o fio, por favor! Apertem o botão do elevador e vamos subir, para quando chegarmos no último andar, pularmos para sentir o vento e ver a vida passar rápido na nossa frente! Olhem aquela criança, seus olhos sangram de dor. Que dor? No peito, dói muito... dói muito, mas passa... tudo passa, o vento passa, o tempo passa...

Mas a onda não apaga o que a Carmem escreveu: "8,5, muito bom! Continue assim!". Continue assim você também, guerreira. Segura firme, moça, aguenta aí. Respire. Chore. Dance. Escreva. Sinta. Sinta. Sinta. Ele te ilumina agora, ele te guia na estrada. Você vai superar junto com seus três jasmins. Sinta, apenas.

Carpe dien, carpe dien, carpe dien..........